Créditos: Freepik O Airbnb, aplicativo de hospedagens em residências, é um verdadeiro sucesso no Brasil. Já em 2018 eram mais de 3,8 milhões de usuários no país, segundo dados da própria startup. À época, o crescimento na rede de usuários era de nada menos que 71% em relação ao ano anterior. Realmente, para a imensa maioria das pessoas que já usou o app, é uma mão na roda: o usuário fica livre das diárias caras dos hotéis e, de quebra, tem a chance de se hospedar numa residência mobiliada e totalmente à sua disposição pelo tempo que quiser. O custo-benefício, portanto, é bem mais em conta. Mas tem um porém: em casos de condomínios, há moradores fixos preocupados com sua segurança, coisa que nem o Airbnb nem o dono do imóvel podem garantir. O entra-e-sai de pessoas desconhecidas, que usufruem da locação, muitas vezes criam um cenário de medo e de insatisfação entre quem tem o condomínio como residência. Até porque são pessoas que, no máximo, tendem a se preocupar com a disponibilidade d
No ano passado, cerca de 50 mil mulheres sofreram algum tipo de violência por dia, segundo pesquisa do Instituto Datafolha, encomendada pela ONG Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As principais vítimas são as mulheres pretas, das quais 48% já foram submetidas a maus-tratos de agressores. No cenário geral, 33% das mulheres brasileiras estão ou já estiveram nas mãos de um agressor.
“A realidade das mulheres no Brasil beira ao absurdo. Temos uma lei moderna, punitiva, mas não temos a resolução do problema. Fica bastante claro que faltam mais mulheres nos fóruns e nos tribunais que se sensibilizem diante das realidades das vítimas”, defende Cristiana Nepomuceno, advogada e sócia do escritório Nepomuceno Soares Advogados Associados.
“Com o respeito que merecem os homens que exercem corretamente a advocacia, os promotores e também os magistrados, mas eles não são capazes de se aprofundar na realidade da vítima do ponto de vista de uma mulher”, afirma. “Isso exige que mais mulheres se engajem na causa em favor das vítimas de violência também na esfera jurídica. É o que vem faltando para reduzir os números alarmantes”, acrescenta.
Um balanço da própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), no fim de 2022, aponta que havia no país pouco mais de 1,3 milhão de advogados, dos quais 667 mil eram mulheres e 642 mil homens. Já o Relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mostra que havia em 2021 18.035 magistrados, dos quais apenas 38% eram mulheres. Nos países europeus, revela o levantamento, as mulheres compõem 58,6% da magistratura. Para Cristiana Nepomuceno, essa desigualdade contribui em parte para a perpetuação da violência feminina no Brasil.
“Há uma quantidade que podemos chamar de inexpressiva de mulheres que poderiam combater os casos de agressão e feminicídio. As vítimas de maus-tratos ainda estão bastante desamparadas, porque há uma lei para as mulheres, mas que é constantemente analisada por homens. Não é a mesma coisa de quem está no centro dos problemas da violência”, protesta a advogada.